A Maldade que vem dos olhos e escurece o coração.
Amigos, as pessoas fofocam em família, no trabalho, na rua, em qualquer
lugar. Vários meios de comunicação dedicam páginas inteiras e minutos
precisos a assuntos ligados à fofoca, à inveja, à invasão da privacidade
e à disseminação do veneno da maldade.
Não existe nada mais fácil do que alguém direcionar toda a preciosa
energia vital para desequilibrar a vida dos outros. É cômodo, divertido,
o tempo passa e o inferno na vida da vítima é ativado.
Há quem diga que só as mulheres fofocam e sentem inveja, mas quem
assim pensa nunca viu um homem dedicado a essas especialidades. Da mesma
forma que ganha na competição da cozinha, o homem fofoqueiro tem um quê
especial para o disse- me-disse.
Será que dá para separar a fofoca da inveja, da insegurança, do
complexo de inferioridade e da falta de equilíbrio emocional? Por que é
tão fácil esquecer a própria vida para vivenciar com maldade a dos
outros? O invejoso geralmente tem desequilíbrios relacionados com a mãe
ou com um narcisismo exacerbado.
O médico psiquiatra David E. Zimerman define a inveja como sendo “um
olhar mau que entra dentro do outro”, o “olho grande”. Espiritualmente a
fofoca e a inveja abrem janelas e buracos na aura e neles crescem as
perigosas formas-pensamento. Cito aqui dois exemplos estilizados: Um
amigo trabalhou em um órgão público onde havia um rapaz que se gabava
das suas habilidades com a magia... Todas as pessoas da repartição
faziam tudo o que ele queria e o chefe o tinha como um grande sábio do
além, chegando a fazer suas próprias consultas sobre promoções,
prestígio...
O tal "bruxo" manipulava as informações de um colega para o outro e de
todos contra todos mas ninguém se atrevia a enfrentá-lo porque além do
medo da magia negra havia a certeza de que o chefe ficaria sempre do
lado dele. Claro que o chefe era desvalorizado pela instituição e
frustrado com a carreira e acobertava tudo isso porque era uma pessoa
fraca. Olhando para o algoz, meu amigo o descreveu da seguinte maneira:
come como um porco, tem problemas com a sexualidade, vem de uma família
pobre e sem educação, e vibra na linha da sombra.
Conseguiu estudar e passar em concurso público, mas não sabe
controlar o dinheiro e nem aproveita essa oportunidade para crescer. Dá
gargalhadas que preenchem os ambientes. É daquele tipo que conta piadas
maldosas e quer ser sempre o centro das atenções. Ele usa a fofoca para
manter controle sobre o grupo e sobre o vazio de si mesmo. É capaz de
fazer caridade, doações, mas cuida para que haja público na entrega das
doações.
O que acontece quando as pessoas do grupo estão alegres sem que essa
alegria tenha vindo de uma de suas piadas? Ele fica infeliz, triste, diz
que está com dor-de-cabeça e se isola. E todos o odeiam quando ele dá
as costas, mas ninguém tem coragem de dizer isso a ele. Hoje em dia essa
pessoa canaliza inúmeros problemas de saúde física e espiritual.
Participei de um seminário onde um participante foi apresentado como
sendo um gênio, com habilidades especiais.
À medida que o seminário prosseguia e outras pessoas destacavam-se, o
dito cujo ficava isolado e queixava-se de ter assimilado energias
negativas desse e daquele colega. No final do seminário, várias pessoas
passaram a se sentir mal até que um dos dirigentes do encontro, vidente,
declarou que, na verdade, o “gênio” estava agindo como um gato macho
que precisava urinar pelos cantos da casa para marcar o “seu
território”, jogando nos presentes os seus pensamentos invejosos e
desequilibrados, baixando a vibração do ambiente e provocando o
mal-estar.
Uma característica associada a essa pessoa era o dedo julgador. Com
ar dócil, virava para as pessoas do lado para dar a sua nota sobre as
idéias desse e daquele palestrante. Naturalmente que ninguém tinha
idéias melhores que as dele! Não perdia detalhes das roupas, dos
andares, dos sotaques, quem era afeminado e quem era “estranho” etc. Em
um momento do seminário o “gênio” confessou que tinha dificuldades em
“arranjar clientes” e ninguém perguntou o por quê! Em qualquer das
situações, é importante que a vítima procure desconectar-se
completamente com os canalizadores dessas maldades.
Se por uma circunstância qualquer não pode evitar o convívio então
apele para a educação e a cordialidade, sem dar a impressão de que quer
constituir uma amizade que não existe. É preciso separar as relações
sociais, familiares e de trabalho da sua vida individual.Tratar os
colegas de trabalho com igualdade, cordialidade, seriedade, sem perder a
capacidade de integração, que exige flexibilidade, é fundamental e
exige apenas profissionalismo. Se o caso é na família, então é preciso
se afastar um pouco e rezar muito. A oração faz milagres! A energia
cresce na medida em que você dá atenção a ela.
Cada lágrima derramada é um caldeirão de energia adicionado na
estação da maldade. Se você se sente vítima então compreenda que a fonte
alimentadora desse baixo padrão energético é você, inconsciente! Baixar
a guarda e se encolher como um bichinho ameaçado só faz fortalecer a
escuridão desses atos. Ao dar vazão a esses sentimentos você os levará
para todos os ângulos da sua vida. Ela multiplicar- se-á e trará
desarmonias e desequilíbrios. Revidar, apontar os fofoqueiros e
invejosos é como jogar algo malcheiroso em um ventilador. Então, a
solução é fazer o contrário.
Quando alguém trouxer um pacote de inveja e maldade para que você
aprecie, imediatamente olhe nos olhos da pessoa e diga com uma voz suave
que não está interessado. Se ela insiste você muda de assunto, verbal
ou mentalmente. Claro que a pessoa levará um choque e ficará com raiva
por não fazer sucesso como queria. Quem se importa? Quem traz fofoca
quer levar de volta um pacote maior e mais ilustrado. Rezar por essas
pessoas ajuda muito a quebrar a corrente magnética dos pensamentos, atos
e ações. Criar uma fofoca ou ter um ataque de inveja precisa de muita
energia e essa energia fará falta em algum momento da vida de quem se
aventura a vibrar nesses sentimentos negativos. Existe um tamanho
tolerável para a fofoca e a inveja? Não.
Até de brincadeira fazem mal. Se pudéssemos medir essa energia
poderíamos dizer que olhar para a colega e dizer que ela se veste como
uma dama do sobrado da luz vermelha daria para pintar um belíssimo
quadro, ou criar um delicioso bolo de nozes ou ainda mandar energia de
abundância para o universo. Na maioria das vezes a pessoa que se presta a
esse desserviço é aquele tipo que tem que contar uma novidade no
trabalho logo cedo pela manhã e pensa que só ele sabe contar bem! Tem
semelhanças com aquele tipo que escuta todas as notícias de assaltos,
brigas e assassinatos para ter o que contar no resto do dia onde quer
que vá, esquecendo que tem vida própria e sublimando seus próprios
problemas e adiando os projetos de vida. É o filho ou a filha que queria
ser “igualzinho à mãe” ou que passa sempre o olhar nos espelhos para
alimentar a paixão narcisista.
A cada suspiro de admiração da platéia o fofoqueiro cresce e se sente
importante, sem perceber que está canalizando para si mesmo um
caldeirão de coisas inúteis e infelizes as quais farão parte de sua vida
por muito tempo, destruindo sua imunidade física e espiritual. A nível
espiritual, o gerador da fofoca e da inveja estabelece fortes vínculos
com suas criatividades. Não se pode esquecer que neste mundo nada se
perde, tudo se transforma, como diz a ciência. A energia utilizada para a
maldade vai ter sempre o selo da origem. Será cobrada! Se a vítima usar
a força interior e direcionar o olhar com amor e perdão sobre os
algozes, todos os vínculos serão cortados e a energia voltará para a sua
origem com muito mais força. A diferença é que a energia do amor e do
perdão é transformadora.
Não havendo forças suficientes para se livrar desse tipo de maldade,
então é preciso pedir ajuda terapêutica. Tanto os fofoqueiros e
invejosos quantos suas vítimas poderiam utilizar as seguintes florais de
Saint Germain: Scorpius, Bambusa, Carrapichão, Chapéu do Sol, Cocos e
Triunfo. Todos esses florais estão fundamentados na energia dourada do
amor incondicional. Reconhecer que é uma pessoa que canaliza a fofoca e a
inveja e buscar o caminho do equilíbrio e da correção é bater na porta
da luz eterna do aprendizado, onde há lugar para todos. Permanecer no
erro é comprar loteamentos no ciclo de encarnações eternas, na mesma
vidinha infeliz e sem futuro.
